domingo, 22 de maio de 2011

Revolução Espanhola

Os artistas espanhois Pepo Pérez e Santiago García criaram uma pequena história que explora os movimentos de estudantes pelas ruas de várias cidades da Espanha na última semana...

Os acampados da Porta do Sol (Madrid) inspiraram uma mobilização de dezenas de jovens em diferentes partes da Europa para exigir mudanças na economia e na política. Nas ruas os jovens alertam: "Temos de mudar. Há redução de salários. Os serviços sociais caminham para serem destruídos e privatizados. O Capitalismo está nos dominando".

Outra palavra de ordem gritada nas ruas: "Solidaridariedade e luta contra os Estados. Aos bancos salvam, aos pobre roubam. Ou  te indignas ou te resignas".

Os protestos liderados pelos jovens nas ruas da espanha está sendo conhecido como "Movimento dos Indignados" e promete ir muito além das eleições deste final de semana: até que se produza uma mudança social justa para a maioria. O epicentro do movimento está na Porta do Sol, em Madrid.

O chamado quilômetro zero da Espanha é o simbolo de um movimento que levantou a voz do país que segue como uma das maiores vítimas da crise econômica e que tem hoje quase cinco milhões de desempregados (cerca de 21% da população econômicamente ativa).
O movimento cidadão assegura que não defende nenhuma ideologia e não pede votos para nenhum partido.



domingo, 15 de maio de 2011

O que é novidade lá fora


Dublinés 

Obra do artista espanhol Alfonso Zapico baseada no clássico de James Joyce. O autor de Ulisses tem sua própria história muitas vezes refletida na sua própria obra. Zapico relembra a longa viagem de Joyce desde seu exílio voluntário na Irlanda até sua morte em 1941. Zapico aborda as dificuldades criativas e econômicas de Joyce em Trieste, sua vida no bairro boêmio de París nos anos 20, sua intensa relação com Nora Barnade e a publicação, censura e posterior ocultamento da sua obra literária. É a terceira obra de fôlego do artista espanhol depois de A Guerra do Professor Bertenev e Café Budapeste.





Chernobyl
 
O Romance Gráfico rememora a história do mais grave acidente nuclear da história. Em 26 de abril de 1986 a explosão de um reator nuclear na antiga União Soviética deixa um rastro de destruição e morte. O livro conta esta tragédia a partir das histórias de vida de três gerações de uma família que, como muitas outras, se viram obrigadas a deixar para trás suas casas e suas vidas. O livro foi lançado durante as celebrações pelos 25 anos do acidente.
 
 

 
La Huella de Lorca
 
O romance gráfico conta a história de um dos maiores gênios da literatura espanhola: Federico Garcia Lorca. Através de histórias reais e testemunhos descobrimos a dimensão da obra de Lorca...

sábado, 14 de maio de 2011

Três sombras






Quando o artista francês August Rodin criou uma das suas mais expressivas esculturas (a Porta do Inferno) ele concebeu três figuras humanas que, colocadas sobre a porta, apontam para uma mesma direção, como se anunciassem àqueles que entram no inferno a dor e os horrores que os aguardam. A escultura das três personagens, conhecida como “As Três Sombras”, é um dos trabalhos mais intensos do escultor.

O quadrinista frânces Cyril Pedrosa, em seu primeiro trabalho lançado no Brasil (pela Companhia das Letras), lança mão da imagem das três sombras para criar uma história simples, mas repleta de poesia, como os melhores contos da literatura russa.

Em um lugar perdido no meio do nada, um camponês e sua família recebem uma vista de três personagens misteriosos. Ao longe, sem nunca pronunciarem uma única palavra, as três sombras são um prenúncio de que algo terrível vai acontecer e transformar irremediavelmente a vida do agricultor, sua mulher e seu filho.

Cyril Pedrosa conquistou, em 2008, com esse trabalho, um prêmio no mais importante festival de quadrinhos do mundo: o Angoulême, na França. O trabalho de Cyril é primoroso. Ele tem um domínio completo da narrativa gráfica. Consegue mesclar diferentes técnicas e fazer um desenho que vai de um traço bucólico e quase infantil até um quadro tenebroso e assustador.

O autor criou o roteiro de Três Sombras depois da morte do filho pequeno de um grande amigo. E lança um desafio: o que você faria para salvar a vida do seu filho. No quadrinho, o camponês Louis se vê obrigado a fugir com o pequeno Joachim para tentar salvá-lo das três sombras misteriosas que rondam sua fazenda. Ele imagina que as três sombras pretendem levar a criança e para protegê-la, cruza montanhas, florestas e o oceano. Mas, no fim das contas, ninguém foge do seu destino...

Três Sombras é um poema visual e uma história cheia de simbolismos, como um sonho. Imperdível...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Super-homem cidadão do mundo

A revista especial Action Comics 900, lançada esta semana nas lojas especializadas dos EUA, colocou o Superman no alvo da grande mídia novamente.

Não foi, porém, pelo capítulo final de "Black Ring", arco de história com Lex Luthor dotado de poderes divinos; nem pela colaboração nos roteiros de Richard Donner, diretor dos filmes mais conhecidos do personagem; ou mesmo pela participação de Damon Lindelof, um dos produtores de Lost. Quem causou polêmica foi David Goyer, roteirista dos filmes recentes de Batman e do vindouro filme do Homem de Aço (o que pode prenunciar o tom do longa-metragem).

Em sua história, Goyer mostra o Superman defendendo o povo nas ruas de Teerã das forças opressoras do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinajad. E também renunciando à sua cidadania estadunidense, para não ter que submeter suas ações aos desígnios dos Estados Unidos ou da ONU. Na HQ, o herói alega que os governos o limitam e que o mundo é pequeno demais - e conectado demais - para depender desses conceitos.

Como era previsto, a história mexeu com os sentimentos patrióticos nos EUA e foi explorada pela Fox News através de seu costumeiro ponto de vista ultraconservador e sensacionalista. A emissora alega que o Superman agora é "anti-americano". E o Examiner vai além... para eles, há a possibilidade da DC Comic sofrer boicote aos seus títulos.

Já o New York Post publicou uma declaração conciliatória do co-publisher Dan Didio: "O Superman é um visitante de um planeta distante que há muito abraçou os valores dos EUA. Como personagem e como ícone, ele incorpora o melhor do Modo de Vida Americano. Em uma história curta na revista Action Comics 900, ele renuncia à sua cidadania para dar um foco global à sua batalha que nunca termina. Mas ele permanece, como sempre, comprometido com seu lar adotivo e suas raízes, como um garoto fazendeiro do Kansas vindo de Smallville".

A polêmica recebeu comentários no Twitter de vários autores. Os mais liberais gostaram da ideia - apesar de que ainda não se sabe se a mudança será aceita como cânone do personagem - e os mais conservadores reclamaram.

O episódio também serve para ilustrar o desconhecimento do grande público sobre o universo dos quadrinhos: Steven Whacker, editor da Marvel Comics, recebeu vários e-mails com reclamações pelo que a sua editora havia feito com o Homem de Aço.

Do site Omelete.com.br