O dia mais terrível para um país é aquele onde, para se sentir unido, a maioria começa a acreditar que se faz necessário eliminar seus cidadãos mais indesejáveis (Antonia Arslan - escritora italiana de origem armena)
O massacre de homens, mulheres e crianças armênios é considerado pelos pesquisadores como o primeiro genocídio planejado da história. Entre 1915 e 1918, cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas foram assassinadas, de todos os modos possíveis, pelo exército turco, como parte de uma estratégia deliberada de extermínio e incorporação de territórios. Um dos representantes do governo turco, Nazim Bei, diria: "Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a história otomana a responsabilidade que este fato implica. Resolver exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar um só deles vivo; nesse sentido, foram outorgados amplos poderes ao governo."
O artista italiano Paolo Cossi realizou um trabalho de pesquisa sobre o tema e conta em 144 páginas a história do massacre. O trabalho do quadrinista não segue o rigor da abordagem jornalística de Joe Sacco, tampouco consegue alcançar o status dos romances de fundo histórico como: "Café Budapest", "Berlim Cidade de Pedras" ou "Berlim Cidade da Fumaça", "O Gato do Rabino", "O Grito do Povo", "A Guerra de Trincheiras", entre outros clássicos dos quadrinhos mundiais. Mas tem o mérito inegável de resgatar para as novas gerações uma das passagens mais sombrias da história. O leitor de "La Gran Catástrofe" não vai encontrar um traço requintado ou personagens densos e sofisticados. A estrutura narrativa do livro também é convencional e o traço, bastante ingênuo. Mas Paolo Cossi consegue produzir uma obra no mínimo curiosa e didática... vale a pena conferir.
Para conhecer mais sobre o genocídio do povo armênio, assista a esta série de documentários produzidos pelo History Channel
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