A artista iraniana Marjane Satrapi, autora do premiado “Persépolis” abriu os caminhos para que os quadrinistas do oriente médio – em especial as mulheres – pudessem conquistar seu espaço no mercado editorial dos comics adultos.
Aqui mesmo no Nona Arte já comentamos os trabalhos da própria Marjane Satrapi, de Zeina Abirached ou o site dedicado aos conflitos no Irã após as eleições fraudulentas que resultaram na vitória do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Trabalhos inovadores, criativos e que jogaram um pouco mais de luz sobre o desconhecido mundo muçulmano.
Tudo começou com Marjane em 2000 com o lançamento de Persépolis na França. A artista foi também uma das precursoras dos romances gráficos de caráter biográfico que se tornaram uma febre ao longo da década passada. De lá para cá, dezenas de trabalhos bons e maus chegaram ao mercado e acabaram saturando a fórmula...
Seguindo os caminhos já pavimentados, outra artista iraniana resolveu revisitar sua trajetória em um romance gráfico. Parsua Bashi tem uma trajetória bastante semelhante à de Marjane Satrapi: a adolescência vivida em um país com cada vez menos liberdades individuais,as restrições religiosas, o “auto-exílio” no exterior, os conflitos cuturais... Aliás, no seu livro, Parsua faz uma referência explícita a Marjane.
Parsua Bashi nasceu em 1966 em Teerã e cursou a faculdade de Artes entre 1984 e 1989. Desde 1996 ela tem trabalhado como designer para várias editoras iranianas além de produtores culturais nas áreas de cinema, teatro, festivais e concertos. A artista tem atuado continuamente em projetos voltados a publicações de outras autoras iranianas.
Comparado ao trabalho de Satrapi, a obra de Parsua soa pouco inovadora e previsível. Seu traço tem bastante comicidade, mas ela usa textos em demasia e não explora os recursos possíveis da narrativa gráfica. Algo que Marjane e a libanesa Zeina Abirached fazem com maestria... Entretanto, Nylon Road é uma obra válida para quem quer conhecer um pouco melhor a história recente do Irã pelos olhos de uma testemunha real.
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