terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Graf Spee – um épico naval em águas uruguaias
























Em 1939 o vizinho Uruguai viveu um dos momentos mais marcantes da II Guerra Mundial, no continente latinoamericano: a destruição do navio alemão Graf Spee por seu próprio capitão, o oficial Hans Langsdorff. Ainda hoje a história é lembrada como um dos primeiros acontecimentos importantes da Guerra que duraria até 1945. Mais recentemente (em 2006), o Graf Spee quase gerou um incidente diplomático entre Uruguai e Alemanha. A chanceler alemã, Ângela Merkel, não queria que o navio (símbolo da força nazista) fosse resgatado do fundo do Rio da Prata, fortalecendo os movimentos neonazistas no país.

O Graf Spee foi um dos primeiros navios de combate produzidos pela Alemanha após a derrota na Primeira Grande Guerra. Em agosto de 1939 (uma semana antes do início do novo conflito mundial), o navio partiu para o que seria sua última missão: atacar embarcações mercantes ingleses nos oceanos Atlântico e Índico. Com uma tripulação de 1.100 homens, o Graf Spee afundou nove navios da Inglaterra até ser atacado, próximo a Montevidéu, por três navios da marinha britânica: Exeter, Achilles e Ajax. O confronto ficou conhecido como “Batalha do Rio da Prata” (embora, na verdade, tenha ocorrido no oceano). O encouraçado alemão sofreu avarias e perdeu 37 marinheiros, levando o capitão Langsdorff a buscar refúgio em águas uruguaias, onde esperava poder realizar os consertos necessários.

Para manter a sua “neutralidade” e forçado pela diplomacia inglesa, o presidente uruguaio deu 72 horas ao capitão alemão para levar o Graf Spee novamente ao mar. Havia informações de que a marinha britânica aguardava o encouraçado, poucos quilômetros rio acima, para o confronto final. No dia 17 de dezembro de 1939, 250 mil pessoas foram ao porto de Montevidéu para presenciar uma formidável batalha naval. Mas o que viram foi o Graf Spee se afastar cerca de cinco quilômetros, desembarcar sua tripulação explodir sem ter sofrido um único tiro disparado por navios ingleses. A decisão do capitão Langsdorff foi destruir e afundar o navio para evitar que seus segredos militares caíssem em mãos inimigas. O oficial alemão cometeria suicídio dois dias depois. Langsdorff passou à história como um homem extremamente ético. Todas as tripulações dos nove navios afundados pelo Graf Spee foram salvas por ele. O capitão foi reconhecido pelo próprio primeiro-ministro inglês Winston Churchill.

A história do Graf Spee e de seu capitão foram adaptadas para uma história em quadrinhos publicada em 2008 com o apoio do Ministério da Educação e Cultura Uruguaio. “Los últimos días Del Graf Spee”, de Rodolfo Santullo e Matías Bergara, é “uma ficção histórica”. Os autores não tinham a pretensão de transformar o livro em um documento histórico, mas aproveitaram o incidente com o navio alemão para criar uma trama de espionagem e guerra.

O livro não alcança o brilhantismo de outra obra baseada em um épico náutico (o livro brasileiro “Chibata”), mas é – sem dúvida – um trabalho que merece ser conhecido e divulgado. Seja por trazer à tona (perdoem o trocadilho) uma passagem tão importante para a história do continente, seja pelo envolvente roteiro.

Confira abaixo uma entrevista com Santullo que foi publicada pelo Hoy Canelones (jornal Uruguaio):























Cómo surge Los últimos días del Graf Spee?

Santullo: Mi interés surge como el de cualquier otro, supongo yo, ante la poderosa anécdota de un barco alemán en nuestro puerto durante la Segunda Guerra Mundial. Cuando empecé a investigar un poco más, me pareció que había allí muy buen material para contar una buena historia. Se puede afirmar, sin temor a equivocarse, que fue el momento más importante para Uruguay durante ese acontecimiento internacional. Por tres días, el mundo observó qué hacíamos y que pasaba acá. La decisión tomada con respecto al barco llegó posteriormente a ser utilizada como ejemplo diplomático del buen hacer.

Cómo fue el proceso de escritura del guión?

Santullo: Bueno, fue bastante extenso. Allá por el 2002 fue que comencé a buscar información y a archivarla, pero no fue hasta 2005 donde me puse a darle forma a la idea. Saqué un esquema de toda la novela gráfica y el año pasado el guión completo. Con los cambios de dibujantes, pasé por dos opciones más hasta que llegara Matías, casi que la terminé por transformar en una novela de narrativa pura. Al final no ocurrió, y creo que fue para bien.

Por qué el blanco y negro a la hora de ilustrar la historia?

Bergara: Habíamos decidido desde el principio no usar color por una cuestión de mayor rapidez en la ilustración y menores costos de impresión. Al principio había pensado en usar solo blanco y negro planos, pero terminé por adoptar tonalidades de grises que le dieran otra suavidad y profundidad a la página, así como tonos de luz, etc.

Cuánto primó el componente histórico a la hora de escribir?

Santullo: Si tengo que dar porcentajes, diría que en un 75%. Hay una fuerte investigación detrás. Y todo lo relacionado al barco es estrictamente histórico. Accedí a telegramas reales, órdenes de Alemania y hasta una carta de puño y letra del capitán Hans Langsdorff. Todo eso forma parte de la historia. Ahora bien, el 25% restante se compone por ficción, hay un romance, una historia de espías. Como se da en algunas novelas históricas, aquí se juega con todo lo que podría haber ocurrido con ese barco en nuestro puerto.

Confira um trecho de documentário inglês sobre o Graf Spee e a Batalha do Rio de Prata:



Um comentário:

  1. Estimado Carlos, muchas gracias por tu reseña y tu interés.

    Abrazo
    Rodolfo Santullo

    ResponderExcluir