Adèle é uma escritora com um enorme talento para detetive e que se defronta com os casos mais estranhos na Paris do início do século XX. A personagem faz sua primeira aparição em 1976, em uma série publicada no jornal Sud-Ouest (Adele e a Besta). O quadrinho apresenta a capital francesa assolada por um espantoso pterodátilo que ressuscitou do Museu de História Natural. Já, desde sua primeira história, as características da saga ficaram muito bem delimitadas: a detalhada descrição histórica, uma alta dose de ficção científica e a constante presença de elementos sobrenaturais. (Alguma semelhança com Indiana Jones?)
O sucesso da primeira história foi tanto que Tardi se viu compelido a criar uma nova aventura para a personagem. No mesmo ano foi lançada "O demonio na Torre Eiffel". A história começa pouco depois do primeiro episódio. Nela, uma valiosa estátua do demônio Assírio foi roubada por adoradores de uma seita satânica. O terceiro capítulo da série "O Sábio Louco" foi lançado em 1977 e mostra a experiência de cientistas loucos determinados a ressuscitar um homem das cavernas descoberto congelado na Sibéria.
A quarta história "Múmias Enlouquecidas" - lançada em 1978 - transcorre em 1914. Simultaneamente todas as múmias de Paris desaparecem sem deixar rastros. No fim desta história, Adèle termina congelada. Três anos depois Tardi lança "O Segredo da Salamandra" e em 1985 "O afogado de duas cabeças" - ambientada no fim da Primeira Grande Guerra.
Em 1994 é publicada "Todos os Monstros" e em 1998 a última história da saga (até o momento): "O Mistério das Profundezas". A próxima história não tem data para ser lançada, mas já tem nome: "O labirinto infernal".
Tardi, um pessimista?
Jacques Tardi é conhecido no Brasil pela fantástica história da Comuna de Paris. Fora do Brasil o autor tem uma verdadeira legião de seguidores é é considerado um dos maiores expoentes dos quadrinhos mundiais. Nascido em 1946, o artista passou a infância ouvindo as histórias do avô que havia lutado na primeira Guerra Mundial e lendo histórias de Tintin.
Quando perguntam a ele porque suas histórias transmitem uma sensação tão pessimista, Tardi responde: "Eu tenho dificuldades para ser otimista, porque a guerra parece continuar alegremente, o homem é apaixonadamente aficcionado pela ideia de estripar o seu próprio vizinho. Não exagero, é o que vejo na televisão todos os dias. Eu queria ser um otimista, mas é bastante dificil".
Confira um excelente vídeo que associa cenas do filme de Luc Besson a o quadrinho de Tardi:
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