sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quadrinhos contra o terror


 Uma ONG da Indonésia deve enviar a escolas e bibliotecas do país a partir do mês que vem uma história em quadrinhos que conta a vida do único autor ainda vivo do atentado de 2002 contra o balneário indonésio de Bali, no qual morreram 202 pessoas.

Ketika Nurani Bicara (“Quando a Consciência Fala”, em tradução livre), com tiragem de dez mil exemplares, narra a história de Ali Imron de jovem muçulmano a terrorista condenado.

O objetivo da publicação é alertar os jovens do país sobre o perigo do extremismo islâmico. Ali Imron cumpre atualmente sentença de prisão perpétua pelo ataque. Ele só não foi condenado à morte porque se mostrou arrependido e aceitou colaborar com a polícia.

"A partir do momento em que fui instruído a levar a bomba (...) havia dúvidas em meu coração. Será que isso é mesmo jihad (guerra santa)?", disse ele durante seu julgamento, em 2003.

Trama
A HQ é publicada pela ONG Lasuardi Birru, baseada na capital indonésia, Jacarta. A organização combate o extremismo entre jovens. A chefe da ONG, Dhyah Madya Ruth, disse à BBC que levou um ano para coletar o material para a história. "O mais difícil foi convencer Imron a colaborar. Também tivemos dificuldade por ele ter sido condenado por terrorismo, o que significou lidar com uma complicada burocracia", disse ela. A trama começa após a prisão de Imron e, olhando para trás, mostra como ele foi recrutado, o planejamento dos ataques de 12 de outubro de 2002, sua vida como fugitivo e a captura.
A história mostra ainda um muçulmano de Bali que ajudou as vítimas e uma muçulmana que perdeu o marido no ataque.

"Por ser baseada em uma história real, tudo no livro é um relato fiel dos envolvidos", disse ela.
"O objetivo do livro é simples, Imron deseja compartilhar sua experiência porque lamenta ter se envolvido com terrorismo. Ele quer evitar que os jovens façam o que ele fez", completa. No julgamento, Imron disse que Bali foi escolhida por ser frequentada por americanos, mas o fato de a maioria das vítimas ser australianos e indonésios levou a polícia a pensar que os autores estavam mal-preparados ou estavam sendo manipulados. Imron citou um líder religioso que teria dito que o ataque seria "parte da guerra santa para proteger o povo afegão dos americanos".

do site da BBC Brasil

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