sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Batman precisa de um psiquiatra

Se alguém ainda tinha dúvida do estado de sanidade de Bruce Wayne, o diagnóstico agora é oficial: o herói de Gotham sofre de transtorno de estresse pós-traumático

não resolvido, além de seguidos episódios depressivos que não foram devidamente tratados. O parecer foi dado pelo psiquiatra espanhol Jesús Ramos, de um dos mais importantes hospitais de Madri.

O livro “Batman visto por um psiquiatra” foi publicado pela primeira vez em 2000 e reeditado no ano passado. Leitor de quadrinhos desde a infância e desenhista avançado, Jesús Ramos sempre foi fascinado pela figura do Homem-morcego. “Suas características são extremamente atrativas para qualquer psiquiatra. Entendi que meu interesse como leitor poderia estender-se à esfera profissional.” – diz o médico em uma entrevista publicada no site espanhol Diário Médico.

Profundo estudioso da vasta obra produzida em torno de Batman, Jesús Ramos reconstitui uma linha do tempo com os principais acontecimentos na vida de Bruce Wayne, desde a infância até a idade adulta. A partir da história do personagem o psiquiatra constrói seu perfil psicológico.

“Há elementos que nos podem levar a pensar que Bruce foi uma criança com altas capacidades e ao mesmo tempo pouco sociável. O personagem se encontra em um círculo psicológico viciado, com uma personalidade obsessiva que o faz agarrar-se a uma luta que não tem fim: a luta contra o mal em Gotham.”, afirma o autor.

“A armadura de morcego não é o seu único disfarce. O personagem vive disfarçado toda a sua vida; não apenas com a máscara de Batman, mas também como Bruce, que diante da sociedade mostra um caráter superficial para que ninguém descubra sua relação com o herói. Este fato distorce sua forma de lidar com o mundo. Nem como Batman, nem como Bruce Wayne ele consegue viver consigo mesmo.”

Jesús Ramos diz que se Bruce aparecesse em seu consultório, ele prescreveria: “Tratamento com antidepressivos acompanhado de sessões de psicoterapia para ajudar a elaborar seu conflito diante da morte dos pais.” E completa: “É uma pena que os roteiristas não lhe dêem opção de ir ao psiquiatra. Isto é o único que poderia salvá-lo”.

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